Por algum motivo, e pela primeira vez , deixei de postar nossa ultima trilha logo após realizá-la. Foi em outubro de 2020. Trilhamos, visitamos a Fazenda Águas Belas de Tatuamunha, criadouro de aves exóticas, tomamos banho de mar e de rio e aproveitamos muito a vida.
Certamente um ano absolutamente difícil e atípico onde só realizamos três trilhas. A pandemia do Coronavirus (Covid19) nos impediu. E continua nos impedindo. O ano 2021 entrou com a perspectiva melhorada da vacina mas tão limitador quanto o anterior para nós que realizamos vivência e turismo de experiência . A responsabilidade profissional não me permite expor meu grupo que é de melhor idade. Paramos temporariamente nossas atividades. E hoje, dois dias após tomar a primeira dose da vacina, revolvi "atualizar" o blog e fazer esse mimo aos meus amigos. Desculpem o estado de indolência do qual não costumo estar. A pandemia mexe deveras conosco. Depois veio o luto por minha amada mãe, também membro desse grupo. Mas seguimos com fé e esperançosos por dias normais e melhores. Salve as trilhas! Salve os Caminhos Das Alagoas! Salve a boa e velha amizade! Breve, muito breve, estaremos de novo com o pé na trilha e com calma n'alma!
Eu já tinha nos conceituado e agora mais do que nunca, repito:
" Somos fãs, anãos, leais, vitais.
Viageiros, festeiros, trilheiros.
Temos um coração solidário e um Sol comunitário." (Gianna Perrelli)
Voltemos a sentir o "gostinho" de nossa última trilha, aqui então inédita, de 2020. Estar em Porto de Pedras, Tatuamunha e São Miguel dos Milagres não é mesmo para qualquer um! É um grande privilégio conhecer e vivenciar essas praias de Alagoas.
Para refletir , e de todo meu coração aos meus benevolentes e verdadeiros amigos, que significam e significaram muito nesses momentos difíceis, segue um texto de Martha Medeiros:
"Uma oração para os vivos
Que honremos o fato de ter nascido, e que saibamos desde cedo que não basta rezar um Pai Nosso para quitar as falhas que cometemos diariamente. Essa é uma forma preguiçosa de ser bom. O sagrado está em nossa essência, e se manifesta em nossos atos de boa-fé e generosidade, frutos de uma percepção profunda do universo, e não de ocasião. Se não estamos focados nos bem, nossa aclamada religiosidade perde o sentido.
Que se perceba que quando estamos dançando, festejando, namorando, brincando, abraçando, sorrindo e fazendo graça, estamos homenageando a vida e não a maculando. Que sejam muitos esses momentos de comemoração e alegria compartilhados, pois atraem a melhor das energias. Sentir-se alegre não deveria causar desconfiança, o espírito leve só enriquece o ser humano, pois é condição primordial para fazer feliz a quem nos rodeia.
Que estejamos sempre abertos, se não escancaradamente, ao menos de forma a possibilitar uma entrada de Luz pelas frestas. Que nunca estejamos lacrados para receber o que a vida traz. Novidade não é sinônimo de invasão, deturpação ou violência. Acreditemos que o novo é elemento do reflexo: merece ser avaliado sem preconceito ou censura prévia.
Que tenhamos com a morte uma relação amistosa, já que ela não é apenas portadora de más notícias. Ela também ensina que não vale a pena se desgastar com pequenas coisas, pois num período de alguns anos estaremos todos com o destino sacramentado, invariavelmente.
Perder tempo com picuinhas é só perder tempo.
Que valorizemos nossos amigos mais íntimos, as verdadeiras relações pra sempre.
Que sejamos bem humorados porque o humor revela consciência da nossa insignificância - os que não sabem brincar se consideram superiores, porém não conquistam o respeito alheio que tanto almejam. Ria e engrandeça-se.
Que o mar seja sempre azul, que o céu seja farto de estrelas, que o vinho nunca seja proibido, que o amor seja respeitado em todas as suas formas, que nossos sentimentos não sejam em vão, que saibamos apreciar o belo, que percebamos o ridículo das ideias estanques e inflexíveis, que leiamos muitos livros, que escutemos muita música, que amemos de corpo e alma que sejamos mais práticos do que teóricos, mais fáceis do que difíceis , mais saudáveis que neurastênicos, e que não tenhamos tanto medo da palavra felicidade, que designa apenas o conforto de estar onde se está, de ser o que se é e de não ter medo, já que o medo infecciona a mente.
Que nosso Deus (seja qual for) não nos condene, não nos exija penitências; seja um amigo para todas as horas, sem subtrair nossa inteligência, prazer e entrega às emoções que nos fazem sentir plenos.
A vida é um presente e desfrutá-la com leveza, inteligência e tolerância é a melhor forma de agradecer - aliás, a única".