agosto 23, 2010

  Festa da cultura


Chamam de projeto audacioso. E é! Trabalhar com cultura é coisa muito séria mas pouco valorizada. À olhos mau vistos! Com "u" mesmo, de árduo, difícil!




Às vezes o valor desse esforço parece compensador, às vezes nem tanto. Pra uns algo de se deixar pra depois, pra outros é pra já!
Isto é, quando nos deixam apresentar a essência e o talento da criação artística e intelectual regional. Porque quase nunca sobra espaço e dinheiro para manifestações culturais regionais!



Mas ainda acontece. Assim vai ser com a 1ª FLIMAR- Festa Literária de Marechal Deodoro, Alagoas- de 01 a 05 de setembro próximo - por exemplo.

Não só pelo município mas por todos que fazem anonimamente a cultura.


Mas tomemos o exemplo da temática do Roteiro Integrado da Civilização do Açúcar. Toda e qualquer manifestação de saberes e fazeres originários da produção da cana-de-açúcar e seus derivados desde o Brasil Colônia. Uma mistura das civilizações indígena, portuguesa e africana. Na história da economia brasileira o ciclo da cana-de-açúcar ocupou a maior área territorial e se prolongou por cinco séculos.


A influência do açúcar se fez sentir nos mais variados aspectos da organização econômico familiar.

Pode ser o açúcar, o mel de engenho, a cachaça, o álcool, a rapadura, alfinim, ou o coco-de-roda,  a capoeira, a culinária, artesanato, a cerâmica, os utensílios, o folguedo, a crendice, a lenda, a arquitetura e histórias dos engenhos e usinas do território da zona da mata e litoral de Alagoas, Pernambuco e Paraíba.
















Só nossos, documentados, cantados e versados pela sabedoria popular e depois por Gilberto Freyre em "Casa-grande & Senzala", "Sobrados & Mocambos", "Nordeste" e toda sua obra. 



















Podia ser José Lins do Rego, Graciliano Ramos ou até Aurélio Buarque de Holanda - o homenageado -  mas foi a Fundação Gilberto Freyre que inspirou o roteiro histórico cultural.



Vieram os engenhos banguês de roda d'água, de tração animal, de máquina à vapor, depois as usinas, hoje até de excelência. Veio a página negra da escravatura e dos Quilombos dos Palmares. Ficaram história, tradições e costumes.



Vivenciado por turistas e comunidades para encantar e garantir sustentabilidade. e bons índices na economia da indústria sem chaminé. No interior mesmo, pelo Turismo Sustentável. Assim fica bom pra todo mundo! O dono do engenho mudou, "o da senzala" também e o meio ambiente e cultura que precisa dos dois. 

Aí eu volto ao assunto: CULTURA.
Pra que serve a cultura regional?
Você aí já pensou nisso?!! Uma festa cultural garante conhecimento!



À propósito, nossa participação em parceria com a Luau Turismo se fará com uma palestra sobre "Ecoturismo e Civilização do Açúcar em Alagoas", mostra fotográfica "Vivenciando a Civilização do Açúcar", estande de comercialização de nossos roteiros, e, em paralelo, o roteiro "Fruta-Pão" com trilha na APA de Santa Rita e na Reserva Marinha Saco das Pedras, que tem nome de uma árvore frutífera da região, trazida da África por portugueses, muito apreciada na culinária nordestina.

Vê pra quê serve nossa cultura?!!     

Caminhos Das Alagoas Turismo