junho 15, 2013

Encantamento na Reserva Federal de Pedra Talhada, Quebrangulo AL

 
“Façamos um completo silêncio
Paralisem os negócios
Garanto que uma flor nasceu.”
 
Assim se entra na Reserva Federal de Pedra Talhada. Percebendo o quanto ali procede a poesia de Carlos Drumond de Andrade.  
 


O mulungú que tem toda utilidade e resistência à seca


A pedra, talhada e linda!
 

É um ecossistema especialíssimo de mata com características intermediárias e endêmicas entre o litoral dos estados de Alagoas e Pernambuco e seu sertão que contribui com a captação de água das 169 fontes que minam do rochedo  para a região e cidades próximas do agreste. A riqueza da região vislumbrada, à princípio, pela estudiosa e ambientalista Anita Struder permitiu a realização dos trabalhos, há mais de 33 anos, da ONG NORDESTA (www.nordesta.org) no município de Quebrangulo em Alagoas e outros de Pernambuco.

Membros do grupo "Vambora Mariola e Mariquito" recebidos por Anita Struder e sua equipa para a primeira trilha da "Mata da Suiça". Trabalho de reflorestamento sendo realizado há mais de trinta anos.


Início da caminhada


Mariolas em tempo de posar para fotos com Anita



O tradicional carro de boi
Anita aponta para a Pedra Talhada

A "Barriguda" mais bonita de todas!

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para os vinte e oito membros do grupo Vambora Mariola e Mariquito foi mais que uma simples trilha. A visitação e acesso permitidos à Reserva Federal de Pedra Talhada administrada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes para a Biodiversidade Brasileira) através da calorosa recepção da Nordesta, da própria Anita e sua equipe, dos quais agradecemos a hospitalidade e visão sócio ambiental de mundo, nos proporcionou conhecer um pedaço especial dessa Alagoas. Para poucos...
O tradicional carro de boi, vestígios dos antigos engenhos "banguês" de açúcar movidos às tração animal


As "mariolas": eu e Anita com minha mãe
também "mariola". 

Seu patimônio? Talvez a foice e o óculos eculo. Pois assim quiz pousar para foto! 


O puleiro das galinhas feito do mulungú
A proposta foi abraçarmos como formadores de opinião o trabalho da NORDESTA de reflorestamento e zelo pela qualidade de vida ambiental da região. Basta vermos a atitude de Anita que, no percurso para o Sítio Gavião, prontamente desceu do carro e correu atrás, ela mesma, de um rapaz com intuito de apreender uma gaiola e realizar soltura do engaiolado: Aqui não, aqui não!


Houve momentos hilários como a criatura que resolveu posar para foto com seu facão e óculos escuros – seus bens mais preciosos, imaginamos! De Dona Elisa, com seu cigarro de corda ou dos melôs das Mariolas e da Gianna do cantor de forró nordestino Flávio José. Mas houve momentos nostálgicos na casa de farinha e emocionantes como a revelação de algumas informações sobre a família de sangue de minha prima Maria. Providência Divina uma trilha em Quebrangulo?! Deus sabe, que tínhamos que estar ali e era chegada a hora de Maria voltar, quarenta e quatro anos depois, à sua terra natal e às suas origens!
 





Esperando na janela?

 
Vambora Mariolas e Mariquitos para a próxima trilha e para as próximas emoções... Obrigada a todos por confiarem em nossa proposta e fazer de uma simples caminhada em grupo, a descoberta de vivenciar Alagoas e ocupar-se com o que causa encantamento!

A pequena casa de produção de farinha de mandioca









Eu feliz e realizada: com o pé na na trilha.