Fomos acolhidos, dessa vez, pela Reserva Ecológica Sitio Velho em Viçosa para uma caminhada de 14 km mas as emoções foram tantas que não demos conta do avançado da hora e a programação saiu intensa porém desordenada. Mas rica de informações, assim como inspira a cultura popular de Viçosa, berço de grandes folguedos alagoanos e da história desse Estado. Oportunizamos vivenciar a feira livre onde, ainda hoje, converge a economia de muitos municípios circunvizinhos. E, depois da "Casa de Cultura Popular do Vô", tivemos acesso ao hoje "Haras Boa Sorte", antigo engenho e depois usina de cana de açúcar (do mesmo território da "Civilização do Açúcar" lembram?!). Uma sorte danada! Confiram!
"Por apresentar um relevo muito acidentado e de difícil acesso, Viçosa foi escolhida pelos negros que fugiam dos engenhos das capitanias para abrigar parte do maior quilombo de todos, o de Palmares.... Localizado, Zumbi foi morto na Serra dois irmãos em Viçosa no dia 20 de Novembro de 1695... Desbravadas as matas e espalhado a noticia de que as terras eram férteis, começaram a chegar moradores de todas as regiões, dentre eles portugueses de Marechal Deodoro e Santa Luzia do Norte, negros quilombolas e índios Cambembes, que após a guerra aos caetés, foram pouco a pouco voltando a Viçosa, mas tarde esses índios junto de outros índios mansos, formariam a classe proletária que trabalhava nos engenhos e roçados de Viçosa... A economia de Viçosa depois dos anos de algodão passou a ser os engenhos de cana de açúcar. O engenho mais antigo é o Bananal, fundado em 1836 pela família Carneiro da Cunha. Mais tarde em 1840 o português José Martins Ferreira construiu o engenho Boa Sorte, e em 1846, Pedro José da Cruz Brandão fundou o engenho Barro Branco... Logo depois o plantio de cana se espalhou por toda a região. Conseqüentemente as matas foram cada vez mais derrubadas e os engenhos multiplicados. Em 1859 havia mais de 20 engenhos , produzindo todos mais de 80 toneladas de açúcar. A agricultura tornava-se cada vez mais importante, ano de 1870 existiam 40 engenhos, todos movidos a força animal, e no ano de 1890 esse número subiu para 70 engenhos, já com muitos movidos a máquinas a vapor ... A cultura viçosense é sem dúvida uma das mais ricas do estado de Alagoas, isso em vários aspectos, no folclore, gastronomia, literatura, entre outros... Folclore ... Viçosa está associada ao universo mágico do folclore, expressão da alma da cidade. São vários os folguedos cultivados por sua gente: Baiana, pastoril, Guerreiros, Reisado, Cavalhada, Coco Alagoano, Quadrilha e Vaquejada... Gastronomia... As comidas mais populares e tradicionais de viçosa são a buchada, sarapatel, cuscuz, galinha cabidela, bolo de milho,de macaxeira,culinária diversa com inhame como pão de inhame, bolo e outros... Literatura ... A "escola de viçosa", como é chamado o grupo de intelectuais Théo Brandão, José Maria de Melo, José Aloisio Brandão Vilela e José Pimentel Amorim foi sem dúvida o grupo mais importante da História Literária de viçosa, houve época que dos 40 membros da Academia Alagoana de Letras 10 eram viçosenses. (http://www.estado-de-alagoas.com/vicosa.htm)"
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Pegando uma carona do visual do antigo engenho Boa Sorte e hoje Haras:
https://www.youtube.com/watch?v=BBqNRqjoJEI
Nosso dia foi finalizado com um bônus especial na visita à antiga sede da casa grande do engenho e atual Haras Boa Sorte: " No século IXX a Fazenda Boa Sorte abrigou por mais de um século um imenso engenho de acúcar com o mesmo nome... Hoje reconhecida como agropecuária , criação de cavalos quatro de milha ... e criação de gado nelorede origem pura...Em 1923 (a casa sede) foi reformada por José Aprígio dos Passos Vilela (bisaô da geração de proprietários atuais). De 1987 a 1988 foi revitalizada por José Aprígio Neto, falecido em 2005." ( da descendente e membro de nosso grupo Vambora, Vânia Vilela Brandão de Britto)
O Sorvete de capim santo servido gentilmente ao final da tarde nos remete ao tempo em que era servido ainda um creme com o açúcar mascavo. será?!!
Crédito fotos: Banco de imagens Caminhos das Alagoas, Gianna Perrelli. Colaboração Eugênio tenório. Rosa Elena Tenório e Tereza Pinho.
