“Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade das tartarugas
Mais que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado para gostar de
passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por
isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.”
(Manoel
de Barros)
Não
se ama o que não se conhece. Conhecer,
valorizar e respeitar é o que propomos quando vivenciamos um percurso de trilha
de contemplação de natureza e preservação ambiental em ambientes naturais.
Mariolas e cia, prestes a aumentar o grua de consciência ambiental. |
Clarinha, eu e Ismar da Associação. |
Dessa
vez foi na singular Unidade de
Conservação Federal da APA DA COSTA DOS CORAIS,.mas especificamente no
povoado de Porto da Rua e Tatuamunha.
Abrangendo
400 mil ha de área e cerca de 120km de praias e mangues, em quatro municípios
pernambucanos e nove alagoanos, a unidade é de “uso sustentável ,busca coadunar
os objetivos de conservação/ preservação ambiental e os usos direto (pesca) e
indireto (turismo e pesquisa) dos recursos naturais de maneira sustentável, ou
seja, garantir esse uso para as gerações futuras.”( http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/lista-especies/970-peixe-boi-marinho-trichechus-manatus ). Ali se entende a importância de
fomentar a consciência ecológica e absorver a energia da observação de
paisagens paradisíacas e animais silvestres.
Pense em duas "mariolas" engajadas com a natureza desde nascimento: Gianna e Fernanda Perrelli. |
O Rio Tatuamunha é estuário de soltura do peixe-boi em Porto de Pedras , Alagoas. |
A passarela em palafitas estão desde então atendendo ao acesso da comunidade às praias. Falta gestão pública para fazer dessa passarela algo seguro e garantido aos ribeirinhos. |
Carangueiros garantem vida saudável ao mangue |
Mariola Yanna, mariola Simone e mariola Fernanda, encantadas e realizadas! |
Reconhecemos
nos membros da Associação de
Condutores do Peixe-boi, pescadores nativos, que em breve estarão com
sede nova, contemplados e apadrinhados por um reconhecido programa de auditório
da Rede Globo, o esforço de conservação junto ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos/
CMA, atuando a vinte anos no manejo para conservação do ameaçado
peixe-boi. A sede é em Itamaracá, Pernambuco, e uma das bases de soltura e
reintrodução desse animal em meio selvagem está no Rio Tatuamunha em Porto de
Pedras, Alagoas, onde estivemos. (http://www.icmbio.gov.br/cma
).
A passarela de mais de quilometro entre manguezais e na travessia do rio. |
Conhece-se
o berçário com os condutores nativos, guias credenciados pelo ICMBIO, numa “janga”
cuidadosamente movida por remo para não machucar os animais pois eventualmente
encontra-se com o dono do pedaço com antena de marcação e nomeação presa à
cauda! Em uma hora e meia de passeio é preciso chegar antes das 10h da manhã.
Mas
o personagem maior, literalmente, é o dócil, enorme e impressionante peixe-boi
marinho (Trichechus manatus, ordem dos
sirênios) que é portador,
resumidamente, das seguintes características e informações:
# É um mamífero aquático que pode ser encontrado em águas salgadas (mares e oceanos)
ou doces (rios). Adota estuários de águas rasas para se reproduzir e parir seus
filhotes;
# Mama até dois anos, tempo em que a mamãe
peixe-boi protege e ensina seu filhote a buscar alimento;
#
O animal é considerado uma espécie ameaçada, criticamente em perigo de extinção
e hoje são catalogados apenas 500 animais que vivem em ambiente natural entre o
litoral do Amapá até Alagoas, já tendo desaparecido no litoral entre Espírito
Santo e Sergipe;
#
Chegam a medir até 5 metros;
#
Podem pesar até 500 kg;
#
A fêmea tem, em média, um filhote a
cada três anos. A gestação tem a duração de 12 meses;
# São herbívoros e comem, diariamente, até 13% de seu peso corporal durante oito horas. A vegetação do manguezal, algas e o capim marinho agulha são seu maior alimento. No cativeiro são oferecidas grandes bandejas de alface, cenoura, beterraba, além do leite de soja para sua engorda até a soltura;
#
Vivem em média de 50 a 60 anos;
#
São protegidos no Brasil desde 1967 sob a Lei Federal de Proteção à Fauna Nº
5.197;
#
As principais ameaças à espécie são: a caça predatória, as redes de pesca - por serem mansos e se aproximarem
dos barcos ficam enredados nelas e morrem afogados ou nas mãos dos pescadores-
a contaminação das águas costeiras; assoreamento dos estuários e rios e
diminuição do alimento natural da espécie;
#
Os peixes-bois de cativeiro tem nomes sugestivos: Lua e Astro foram os
primeiros a serem reintroduzidos. Joana e outros. Existe
ainda a espécie do peixe-boi amazônico.
Aí
agente se pergunta acabou?!... Que nada! Ainda tinha a trilha de 08km em Mata
Atlântica com os competentes Marta e “Irmão” (fone: 82 9990.5348) para fechar o
dia e justificar aquela água de coco verde tirado na hora do pé para
reabastecer as energias. Porque “VIVER É CONSTRUIR NOVAS PONTES E DESTRUIR
VELHAS PAREDES.” (autor desconhecido)
Batismo da mariola Alba |
Mariola Lenice |
Batismo da mariola Edmea |
Início da trilha de 08 km. |
Recebendo o abraço do cipó |
Mariola Edna |
Mariola Fernanda |
O condutor nativo"Irmão" e seu fiel escudeiro o cão Charles |
O oco das árvores tem informação importante de moradia |
Os buracos também |
No oco da árvore |
Água de coco para rebater o cansaço |
O
fim da trilha é o início de outro tipo de contemplação e reflexão...
Quantos envelhecem
sem terem essa sensação ou nova visão pois não puderam ou não quiseram conhecer
e amar!
Outra trilha por amor de Deus!...
Crédito das fotos Gianna Perrelli para o banco de Imagens dos Caminhos Das Alagoas