Você
gosta de festa e alegria?
Pois
durante o carnaval vai achar um território chamado do frevo em Pernambuco, Alagoas e Paraíba que se
fundamenta nessas premissas.
No
período da maior festa brasileira, o que toca o coração de multidões desse Brasil
afora é participar in loco ou observar a alegria do folião transfigurado em
fantasias singulares garantindo com “passos” no chão o “imaginário coletivo”. O conhecimento, crença, arte, moral e costumes adquiridos historicamente. Isto é, uma
exemplar herança cultural de parte desse nordeste. Que constatação! Do folião mais
novo ao mais velho, figuras ímpares, em uma só sintonia – fazer parte desse
carnaval!
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Marco Zero |
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Bloco Lírico |
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Fantasiada de pernambucana |
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Princesas dos Blocos Líricos entoam marchinhas carnavalescas. |
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Recife é tudo de bom! |
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Os tradicionais palhaços de Olinda |
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O fôlego da banda de frevo |
Especialmente
em Pernambuco, pois a manifestação é particular, bairrista e elementar em
família! A folia vira “causo” literário! Uma curiosidade científica sobre a
diversidade cultural. Difícil é permanecer-se imparcial ou de fora daquela
festa toda.
Covardia
falar então do Galo da Madrugada - o
bloco mais querido do Brasil. O Jornal do Comércio já informa em manchete: “Sua
majestade, o povo – Na multidão, anônimos fazem a festa. Seja ironizando os
talibãs, seja zombando dos políticos, dos super-heróis, tudo é pretexto para
alegria atrás do galo da Madrugada.”.
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Encontro de blocos é demais! |
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Personagens do maracatu |
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Personagem do maracatu rural |
E,
se a cultura “revela-se como o instrumento por meio do qual o indivíduo se
ajusta ao cenário local/total e adquire meios de expressões criadoras” e é
proporcionalmente derivada...”de componentes biológicos, ambientais, psicológico
e histórico” (A Civilização do Açúcar – Fatima Quintas e outros, pg 42 e 43)”, a
manifestação do carnaval desses estados está para o singular e exclusivo ritmo
do Frevo, dos Maracatus e dos Blocos
Líricos. Frenético, fervilhando de cores e caras.
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Bloco Lírico das Ilusões na apresentação de palco |
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A inconfundível sombrinha |
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Adicionar legenda |
No
site Wikipédia temos: “A Capoeira
é uma luta que influenciou diretamente as origens do Frevo.
O Frevo é um ritmo pernambucano
[1]
derivado da marcha,
do maxixe
e da capoeira.
Surgido no Recife
no final do Século XIX, o frevo se caracteriza pelo ritmo
extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval,
eram comuns conflitos entre blocos de frevos, em que capoeiristas
saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu
estandarte[2].
Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo,
a dança do frevo.
Até as sombrinhas coloridas
seriam uma estilização das utilizadas inicialmente como armas de defesa dos
passistas.
A palavra frevo vem de ferver,
por corruptela, frever, que passou a designar: efervescência, agitação,
confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu
vai-e-vem em direções opostas, como o Carnaval...”
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Detalhes no chão |
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A constatação arqueológica do porto original do Recife no Marco Zero |
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A burrinha da felicidade |
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A batida do maracatu |
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Detalhe de prédio histórico |
Já
na obra “Folclore Negro das Alagoas- áreas da cana-de-açucar”, escrita em 1974,
Abelardo Duarte nas pg 352 e 353 cita sobre o Maracatu com os personagens do Rei
e Príncipe; Rainha e Princesa; Embaixadores; Vassalos; Damas de Honra;
Lanceiros; Porta-estandarte; Baianas e orquestra:
“Área
de forte influência afro-negra, a nossa terra conservou por muito tempo as
sobrevivências das práticas e dos costumes africanos, principalmente no que se
refere à música e à dança... Aliás... As cantigas e o ritmo afro-negro... As
toadas ou peças dos Maracatus das Alagoas referiam-se à terra nativa dos
ancestrais ou dos próprios figurantes. Mas o que causava maior impressão não
era a sua temática, evidentemente pobre, ou algo nostálgico que reçumava dos
cânticos afro-negros; era, antes de tudo, a majestade do cortejo, movendo-se
com dignidade, com penetrados todos dos seus papéis, no magnifico aparato de
suas vestes de seda, de suas contas, de seus aljôfares, de seus mantos de seda
e arminhos, dos cetros reais com a meia-lua, da umbrela que cobria as figuras
do Rei e da Rainha, naquela glória passageira que fazia esquecer os sofrimentos
e as penas de sua raça no mundo que vieram povoar...”.
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Estandarte do bloco alagoano PINTO de MADRUGADA que se apresenta nas prévias carnavalesca e afilhado do GALO da MADRUGADA pernambucano |
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Passistas do Frevo também alagoano |
E,
se historicamente, temos a herança cultural do carnaval nas raízes da formação
deste pais com o ciclo da cana-de-açúcar neste território, não poderíamos deixar
de prestigiar o MUSEU DO HOMEM DO NORDESTE no bairro de Apipucos, Recife.
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A lavoura |
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Tela holandesa sobre os antigos engenhos banguês |
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Carinhos entre a negra ama de leite e o filho do senhor de engenho |
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Porcelana portuguesa |
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Orixás |
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Devotos |
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Cortejo em artesanato |
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Eu e Matheus constatamos uma experiência emocionante |
E
tem também na culinária o doce sabor do carnaval, tradicionalmente de origem portuguesa
chancelado na saborosa receita do Filhós
ou Filhoses que agora apresento e da qual homenageio minha vó paterna (Vó
Lalau) fazendo e apreciando o quitute a cada Festa de Momo:
Filhós ou Filhoses
3
xícaras de farinha de trigo
3
xícaras de água
1
pitada de sal
3
ovos
1
colher sopa de margarina (originalmente banha de porco)
1
colher de café de fermento em pó
Calda:
2 xícaras de açúcar, 01 e ½ xícara de água, paus de canela e cravo à gosto e
raspas de 01 limão.
Leve
ao fogo a farinha, fermento e sal com a água até escaldar a massa. Deixe
esfriar e após, junte os ovos, um a um, até incorporar a massa mexendo bem com
as mãos. Faça bolinhos e frite em óleo bem quente. Sirva com a calda. Serve bem
seis pessoas.
No
ritmo do “Voltei Recife” não perdi tempo e me fiz presente. Dá para não gostar
dessa democrática e singular frevilhação?!! Tem que ter perna para incluir também Olinda....