agosto 05, 2016

Divina trilha em Coruripe, Alagoas





"Nada como respirar VIDA. 
E fomos nós, mais uma vez, ser abastecidos do calor humano e das energias da mãe-terra com suas luzes e sombras, trabalhando as copas das árvores, suas cores, e águas no final do percurso. Algumas vezes fizemos ,silêncio... algumas vezes..."(Simone Sarmento, psicóloga,mariola, trilheira, festeira)



























A natureza é digna de ser observada de perto. Uma simples foto não capta a sensação do frescor, da cor e sons de uma mata, por exemplo. Algo Divino! 

Um bom fotografo jamais passaria essa experiência a você. Então fomos constatar mais uma vez na Reserva Sítio Pau Brasil da Usina Coruripe em Alagoas. De acesso restrito, agradecemos à diretoria e Luzenilton pela autorização e acompanhamento.

E escolhemos como tema para uma reflexão, já dentro da reserva a ECOPSICOLOGIA – algo em prol de uma vida com mais significado e sentido nas relação ser-humano natureza. Algo que estuda as causas em nós da falta de contato com esse mundo natural. Afinal “com cada espécie que é extinta, morre uma parte de nossa alma (Thomas Berry)”.

Transcrevo aqui parte da entrevista cedida à revista Bons Fluidos, julho 2016, pgs de 20 a 28 pelo especialista em Ecopsicologia Marco Aurélio Bilibio. E que alimenta nossos princípios e jeito “mariola” de viver.

















































“A natureza é magnífica, e as pessoas vêm tentando capturar sua beleza desde o início dos tempos. Seja pintando em cavernas, com tinta a óleo ou fotografia, é possível reter uma imagem de beleza natural, e tentar mostrá-la aos outros. Em alguns casos, uma simples foto não consegue dar conta da sensação experimentada...“














 

























“Muitas pesquisas atuais revelam que o nosso corpo reage em ambientes naturais. Basicamente ativando o sistema nervoso parassimpático. Esse sistema está relacionado a uma resposta de calma do corpo. Isto é, à diminuição da pressão arterial, do nível do cortisol (o hormônio do estresse) e à geração de ondas celebrais compatíveis com uma mente relaxada...quando uma pessoa faz uma trilha pela floresta, ela desliga uma área do cérebro chamada pensamento ruminante (associada à ressentimentos)e que é ativada e casos de depressão. Comparativamente, não observaram qualquer alteração cerebral quando a pessoa caminha em área urbana. O que nos permite dizer que o contato com as árvores é antidepressivo e pode fazer os psicoterapeutas começarem a pensar em prescrever natureza como um elemento importante da saúde mental...O contato com o mundo natural é o que importa. Pois esse ambiente é um elemento profundo de encontro consigo mesmo. Em primeiro lugar porque, aos poucos, estimula a sensorialidade (que acaba induzindo esse contato consigo mesmo). Também o contato com o mundo natural é a chave para o universo onde as defesas psicológicas foram criadas. É mais fácil relaxar as defesas quando estamos em contato com um mundo mais que humano. Além disso, quando saímos para a mata em grupo, e em busca de um sentido terapêutico o espírito da comunidade é estimulado. Uma sensação de pertencimento não só ao universo do humano mas também ao universo do mais que humano. Quando esse sentimento existe, há muito mais qualidade para as nossas funções psíquicas. Uma pessoa pode ser muito criativa, mas, quando ela tem uma vivência de pertencimento, o nível de bem estar com que ela faz qualquer coisa é outro. Maior... Quando a pessoa tem a experiência da reconexão (com a natureza) abre-se uma possibilidade extremamente enriquecedora, harmoniosa, de se sentir inteiro. Essas pessoas se sentem profundamente recompensadas. E tendem a ser algo que elas não esquecem jamais. Da prática da ecopsicoterapia, espera-se que a pessoa descubra-se parte da teia da vida, vivenciando os efeitos terapêuticos dessa identidade ampliada... Sugiro que você chegue perto de uma planta e, ao inspirar, tome consciência de que está recebendo de outro o ser que é necessário para sua vida: oxigênio...”