"Nada como respirar
VIDA.
E fomos nós, mais uma vez, ser abastecidos do
calor humano e das energias da mãe-terra com suas luzes e sombras, trabalhando
as copas das árvores, suas cores, e águas no final do percurso. Algumas vezes
fizemos ,silêncio... algumas vezes..."(Simone Sarmento, psicóloga,mariola, trilheira, festeira)
A natureza é digna de ser observada de perto. Uma simples foto não capta
a sensação do frescor, da cor e sons de uma mata, por exemplo. Algo Divino!
Um bom fotografo
jamais passaria essa experiência a você. Então fomos constatar mais uma vez na
Reserva Sítio Pau Brasil da Usina Coruripe em Alagoas. De acesso restrito, agradecemos à diretoria e Luzenilton pela autorização e acompanhamento.
E escolhemos como tema para uma reflexão, já dentro da reserva a
ECOPSICOLOGIA – algo em prol de uma vida com mais significado e sentido nas
relação ser-humano natureza. Algo que estuda as causas em nós da falta de
contato com esse mundo natural. Afinal “com cada espécie que é extinta, morre
uma parte de nossa alma (Thomas Berry)”.
Transcrevo aqui parte da entrevista cedida à revista Bons Fluidos, julho
2016, pgs de 20 a 28 pelo especialista em Ecopsicologia Marco Aurélio Bilibio.
E que alimenta nossos princípios e jeito “mariola” de viver.
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“A natureza é magnífica, e as pessoas vêm tentando capturar sua beleza desde o início dos tempos. Seja pintando em cavernas, com tinta a óleo ou fotografia, é possível reter uma imagem de beleza natural, e tentar mostrá-la aos outros. Em alguns casos, uma simples foto não consegue dar conta da sensação experimentada...“
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“Muitas pesquisas atuais revelam que o nosso corpo reage em ambientes
naturais. Basicamente ativando o sistema nervoso parassimpático. Esse sistema
está relacionado a uma resposta de calma do corpo. Isto é, à diminuição da
pressão arterial, do nível do cortisol (o hormônio do estresse) e à geração de
ondas celebrais compatíveis com uma mente relaxada...quando uma pessoa faz uma
trilha pela floresta, ela desliga uma área do cérebro chamada pensamento
ruminante (associada à ressentimentos)e que é ativada e casos de depressão.
Comparativamente, não observaram qualquer alteração cerebral quando a pessoa
caminha em área urbana. O que nos permite dizer que o contato com as árvores é
antidepressivo e pode fazer os psicoterapeutas começarem a pensar em prescrever
natureza como um elemento importante da saúde mental...O contato com o mundo
natural é o que importa. Pois esse ambiente é um elemento profundo de encontro
consigo mesmo. Em primeiro lugar porque, aos poucos, estimula a sensorialidade
(que acaba induzindo esse contato consigo mesmo). Também o contato com o mundo natural
é a chave para o universo onde as defesas psicológicas foram criadas. É mais
fácil relaxar as defesas quando estamos em contato com um mundo mais que
humano. Além disso, quando saímos para a mata em grupo, e em busca de um
sentido terapêutico o espírito da comunidade é estimulado. Uma sensação de
pertencimento não só ao universo do humano mas também ao universo do mais que
humano. Quando esse sentimento existe, há muito mais qualidade para as
nossas funções psíquicas. Uma pessoa pode ser muito criativa, mas, quando ela
tem uma vivência de pertencimento, o nível de bem estar com que ela faz qualquer
coisa é outro. Maior... Quando a pessoa tem a experiência da reconexão (com a natureza)
abre-se uma possibilidade extremamente enriquecedora, harmoniosa, de se sentir
inteiro. Essas pessoas se sentem profundamente recompensadas. E tendem a ser
algo que elas não esquecem jamais. Da prática da ecopsicoterapia, espera-se que
a pessoa descubra-se parte da teia da vida, vivenciando os efeitos terapêuticos
dessa identidade ampliada... Sugiro que você chegue perto de uma planta e, ao
inspirar, tome consciência de que está recebendo de outro o ser que é
necessário para sua vida: oxigênio...”
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