Conheci a Trilha dos Visgueiros de Maragogi em 2012. Em 2013 operacionalizei no percurso pela primeira vez um grupo voltado para a sustentabilidade sócio ambiental junto ao "Assentamento Águas Frias". A proposta encantou a todos. E nunca mais deixamos de visitá-los.
Aos poucos, sentimos que envelhecemos juntos. Nosso ritmo e as espécies que lá estão. Em especial, os visgueiros, os paus de jangada e os paus falhos. Seu Geraldo passou o bastão para seu filho, o Neto. Percebemos nítida mudança em algumas espécies. A diferença maior: os visgueiros fazem seu ciclo natural cedendo, após um inverno muito chuvoso inclusive, e mais de 400 anos (do "visgueiro mãe"), à queda natural de grandes galhadas. Permitem assim a rebrota de novas espécies, coisa que já se vê ao seu redor.
Encantador e ao mesmo tempo assustador o ciclo da vida na natureza. Assim a Mata Atlântica resiste também ao seu desmatamento e a falta de zelo da gestão pública. A trilha é silvestre e continua sem maiores cuidados ambientais ou de normas técnicas para o ecoturismo - proposta inicial com a COOPEAGRO.
Merecia ser destaque. Talvez uma reserva particular de patrimônio natural (RPPN) ou algo parecido, e se estabelecer como uma das principais atrações naturais do município na Costa dos Corais. Porque é deslumbrante! Afinal árvores centenárias, matas ciliares e assoreamento não é assunto primordial para a preservação da barreira de corais das belas praias da região alagoana?!
E as espécies mostram que não se refazem como achamos que "deveria" mas exatamente como a natureza determina. Ressurgindo e deixando ir... Ah se esse zelo dependesse de um simples "deveria"...!
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Crédito Fotos: Banco de imagens dos Caminhos Das Alagoas por Gianna Perrelli. Com a colaboração de Luis Carlos Almeida e Deigilla Moura.