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No sertão alagoano onde tudo é simples e belo |
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Aos pés do cruzeiro no Morro do Calvário de Água Branca |
Partimos para Caraibeira, já na fronteira com Pernambuco, à 24 km de Água Branca, no sertão serrano de
Alagoas. Daqui pra ali é um pulo...bem “alí”! Do tamanho do sertanejo!!
A
região já produziu e sempre dará um belo livro com exclamações de admiração e interjeições
que supõe o espírito humano da esperança. Cruz, credo! Vôte! Então!... Se tem a história bem vivida. Né?!
Você
anda...anda e, anda e não chega! Parece mesmo o fim do mundo! Passa por
Pariconhas. Se entorna a reserva indígena Kalankó. Mais umas terras, alguns
plantios de feijão e palma... Mais três leitos minguados de rio temporários. Com
umas poças do inverno na região. Mandacarus, xiquexiques, caraibeiras (nome popular na região dos ipês),
umbuzeiros, catingueiras, juás e aroeiras. Até algumas bromélias e outros
cactos. A carcaça do gado à margem afirmando o ciclo da vida. E finalmente,
você se depara com uma única avenida, bem traçada e ampla, com casinhas simples
e o tal galpão. Caraibeira, recebe o nome da Serra ao lado. Foi lá que achamos o que estávamos buscando além da história de
Água Branca de outro município: um polo industrial de tecidos rústicos e
redes... Eita festa!
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Leito do rio na divisa entre Alagoas e
Pernambuco |
Beleza escancarada! Incrível brasileiro! Que fenomenal é o sertanejo! Tirar sangue de pedra “num” é nada! Pior é valorizar cada taco de maciço atrás d'água; cacto ou palmo de terra seca. “Num” é para todo mundo não! Luta arduamente para comer e beber, na miséria se for o caso. Tem algo de bravo e digno, só por existir. E que quebra tem tudo verdinho no inverno!
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Mesmo no inverno alguns rios não se vê água, apenas seu leito. |
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Há que se pedir passagem |
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Parece ligar o nada a coisa nenhuma |
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...e no meio outro leito: o de morte do gado. |
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E o céu sempre azul anil |
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A fé sempre presente |
e
Só
que, em sendo um sábado, depois de um meio dia (onde a viagem se estendeu em
estradas de barro) não se via viva alma além de uma pequena oficina de bicicletas
que naquele dia, por sorte nossa, estava consertando uma moto! E uma tal alma foi
logo avisando: - “Tá tudo fechado! O povo descansa!” (E porque não pensamos
nisso!). Mas, se a senhora bater naquela porta, ele abre o galpão pra seu
grupo.” Batemos! Deu uma “canseira” danada! Achamos o artesanato que
procurávamos... Um enfado! Mas depois, o “fastio” maior foi o de sair dali! Daquele
lugar onde tinha gente e não tinha, entendem?!! Um silêncio no meio do
maquinário e da pilha de tecido e redes – lindas e baratas, se diga!!
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Finalmente, Caraibeira |
Trouxemos
uma lição do estilo simples e absolutamente pleno da vida do sertanejo. Ele
valoriza tudo ao redor: do sol escaldante ao descanso na rede à pequena sombra.
Vive cada dia seu dia. Sem pressa ou maiores anseios. Deus provém. Nada lhe
passa despercebido. Nem lhe assombra. Se o gado morre; se o rio temporário
retoma seu leito; se a palma e o feijão cresce e, principalmente, se chove no
sertão! – “Louvado seja Deus!”. Agradece o que tem com fervor! E com sua melhor
vestimenta vai a cerimônia de louvor do domingo! Do rico ao pobre. Do preto ao
branco. No sertão, meus amigos, tem diferença não!
Depois, outrora
alguém ali já tecia as tais redes, por uma necessidade de repouso, e, mais
recentemente, outro alguém de boa fé, viu potencial para um polo artesanal de
produtos derivados do tecido, além das redes! - imagine! Nos confins do Brasil
tem homens de bem e seres produtivos ao seu modo. Quer a chuva chegue... quer o
sol arda.
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Em Água Branca o Morro do Calvário onde se realiza a cerimônia da Via Crusis na Semana Santa |
Aí vou puxar a “brasa pra minha sardinha”. Poucos em Alagoas realizam uma proposta de ecoturismo tão efetiva no que diz respeito aos valores locais: os Caminhos Das Alagoas o faz há mais de nove anos! Basta participar ou ficar aí acompanhando as fotos para crer. Mas melhor mesmo é vivenciar.
Não viemos só para o sertão das redes. Tínhamos como prioridade anuviar as vistas na região do sertão serrano em Água Branca. É linda e poética a cidade! Fica a quase a 600 metros do nível do mar e é o segundo ponto mais alto de Alagoas. No inverno tem temperaturas de até 13ºC.
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No centro histórico de casarios a imponente igreja Matriz de N.Senhora da Conceição (1871) é destaque em arquitetura barroco colonial. |
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A histórica mansão do Barão de Água Branca |
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No Morro do Calvário só se tem lindas imagens |
“O território de Água Branca, em meados
do século XVII, fazia parte das sesmarias que compreendiam também os atuais
municípios de Mata Grande, Piranhas e Delmiro Gouveia. Para diferenciar de Mata
Grande, do qual durante muito tempo foi povoado, chamou-se primitivamente Mata
Pequena ou Matinha de Água Branca. O topônimo Água Branca é proveniente do fato
de haver, ali, uma fonte de água muito clara. A penetração em terras do
município deve-se a três irmãos de família Vieira Sandes, vindos de Itiúba, povoação
do Rio São Francisco. Atraído pelas boas pastagens oferecidas pela zona da
caatinga, e pela riqueza da região serrana, o capitão Faustino Vieira Sandes
desbravou o município, instalando uma fazenda de gado.Gentílico:
agua-branquense.”
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Ao longe se vislumbra a Delmiro Gouveia |
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Pra Wilmene e Ana tudo vira poesia, e Dilma acolhe |
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Inseparáveis e fiéis peregrinas |
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Hum, triste decisão, torres num lugar
de meditação e contemplação |
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Esperando o melhor pôr do sol da região |
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É o que se vê |
Em Água Branca fomos gentilmente recebidos pelo secretário de Turismo do município, o Heládio, que logo nos apresentou o de melhor. Participamos da missa na Igreja Matriz de N Senhora da Conceição com o Pe Aparecido (um querido de Deus); visitamos os Morros do Calvário e do Cruzeiro e almoçamos no Engenho São Lourenço. Ficamos de voltar nos festejos religiosos de N.Senhora da Conceição em novembro próximo. E se é terra de gente nobre todos se sentem como barão!
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"Igreja de Nossa Senhora do Rosário - (1º construção feita em plena mata) eqüidistante de três núcleos de povoamento: Várzea do Pico, Olaria e Boqueirão, construída no ano de 1770 pelo Major Francisco Casado de Melo, apresentando características do Século XVII, isto é: fachada com frontão triangular, telhado a beira-seveira. Na parte interna destaca-se um arco cruzeiro com capitéis elegantes, chave em ogiva e altares laterais com detalhes em madeira ao seu redor. Possui para a devoção de seus fiéis as imagens de: Santo Antônio Século XIX, com grande resplendor em prata; Nossa Senhora das Dores Século XIX; Nossa Senhora da Apresentação Século XIX; São Sebastião Popular; Nossa Senhora do Rosário com menino vestido, princípios do Século XIX formando assim um patrimônio religioso de grande valia." http://www.aguabranca.al.gov.br/cultura/religiosidade/
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"Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição - De estilo barroco, foi construída no ano de 1871 (Século XIX), pelo Capitão-mor, Joaquim Antônio de Siqueira Torres (Barão de Água Branca) com uma área de 1.100 m² .Sua beleza encantadora nos faz dizer principal cartão postal da cidade. No seu interior encontramos as imagens de: São José com resplendor dourado ; São João Menino; Senhor dos Passos; São Joaquim Com rico resplendor dourado; Senhor Morto em talha bastante simples com braços móveis; Santa Ana com Nossa Senhora Menina Século XIX; Nossa Senhora da Soledade Século XIX; Nossa Senhora da Conceição com coroa de prata . Estas imagens foram esculpidas pelo imaginário Antônio Pedro da cidade de Penedo estado de Alagoas. O maior evento cultural / religioso desta cidade acontece no dia 08 de dezembro de cada ano subseqüente (Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição) e também aniversário do seu benfeitor (Barão de Água Branca)." http://www.aguabranca.al.gov.br/cultura/religiosidade/ |
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Pe Aparecido nos acolheu como peregrinos com orações e carinho |
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Igreja cheia para a missa das 10h do domingo |
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No Morro do Cruzeiro na serra das Viúvas se avista parte da cidade |
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O competente anfitrião, Heládio, secretário de turismo, caiu conosco na brincadeira da dinâmica de grupo e sorteou a mensagem que é seu perfil: FESTEJA! |
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Pra Wilmene tudo é mesmo muiiiito lindo! |
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Ana , Dilma e Wilmene: literalmente fiéis do Céu e da Terra |
Decididamente o Engenho São Lourenço é uma atração à parte. Empreendimento familiar que deu certo! Com um restaurante pronto para atender a demanda de sua produção, se chega para almoçar ou jantar mas tudo o que se quer é a sobremesa. Um delicioso sorvete de rapadura, produzido por eles e herdado de bisavós (1920). Já patrimônio cultural e gastronômico do lugar! Procurem por Maurício seu proprietário, tem a história na ponta da língua e a ciência da produção de uma boa rapadura orgânica, cachaça e mel de engenho. E do sorvete (receita de família) não se consegue degustar apenas uma vez! Não se chega à Água Branca sem conhecer o Engenho São Lourenço.
https://www.facebook.com/engenhosaolourenco
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Heládio nos proporcionou momento singular com o quarteto de jovens de projeto do município |
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Grande momento, bonita homenagem, linda apresentação!! |
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Não se assombre com tanta informação. Maurício está sempre disponível para falar da história de sua família. Aqui se aprende como se produz há anos os derivados da cana de açúcar. |
CRÉDITO FOTOS: Banco de imagens dos Caminhos Das Alagoas por Gianna Perrelli. Todos os direitos reservados.